O cirurgião plástico Alexandre Veloso afirmou nesta quarta-feira (28) que o laudo de necropsia apresentado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) nesta semana reforça que não houve erro médico durante o procedimento da paciente Keitiane Eliza da Silva, 27 anos.
“Não houve perfuração de nenhum órgão, conforme verificamos nas reoperações e laudo de necropsia da Politec. Em sua conclusão, o documento também informa que não houve perfuração de órgãos. Portanto, é a confirmação de que não houve um erro médico”, afirma o médico.
Para o profissional, a partir de agora caberá esclarecer a causa da coagulação. “O laudo da Politec é um documento oficial e isento, que apontou choque hemorrágico, podendo ter como causa um distúrbio de coagulação de causa a esclarecer”, complementa Veloso.
FATALIDADE – O médico Alexandre Veloso também foi questionado nesta semana sobre como tem passado os dias após o óbito de sua paciente Keitiane Eliza da Silva. O profissional, que já realizou mais de 100 procedimentos cirúrgicos em um ano e dois meses – todos com bom desfecho clínico –, afirmou se tratar de uma fatalidade.
“Apesar de esclarecermos na consulta sobre os riscos da cirurgia, inclusive de óbito, considero uma fatalidade e estou em luto pela morte da minha paciente. Presto condolências e apoio à família. As investigações são necessárias para esclarecimentos e são conduzidas por instituições sérias, isentas e imparciais. Apesar do luto, estou em paz com as minhas condutas e por não ter abandonado a minha paciente”, completou.
Veloso também reforçou que todos os exames pré-operatórios foram solicitados por ele e incluíram exames de sangue, inclusive pesquisa de antígeno e sorologia para covid-19, urina, exames de imagens do tórax, das mamas e do abdome, eletrocardiograma e avaliação cardiológica para risco cirúrgico.
“Após estes exames prontos, o paciente passa com o anestesiologista na consulta pré-anestésica. Ele tem o poder de suspender o procedimento se assim achar indicativo. Portanto, existe uma dupla checagem, tanto do cirurgião quanto do anestesiologista. Os exames iniciais da paciente estavam todos adequados, inclusive com avaliação cardiológica liberando para o procedimento. Temos exames, aliás, para acreditar que ela não teve covid-19”, disse.