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CAPITALISMO CONSCIENTE

Fórum debate como reduzir desigualdades de acesso em MT

Projeto Costurando Sonhos, que oportuniza autonomia financeira, foi apresentado durante evento em Cuiabá na quarta-feira (22)

Notícias / Publicado em 23.março.2023

Cuiabá recebeu na última quarta-feira (22.03) o Fórum Regional do Capitalismo Consciente. O evento foi organizado pelo Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB), que completa 10 anos em 2023 e, por isso, tem realizado fóruns regionais para debater diferentes desigualdades no país.

No caso de Mato Grosso, a desigualdade de acesso à cultura foi o tema principal. O evento ainda contou com palestras, rodas de conversa e apresentações culturais que se pautaram na fome, no descarte adequado de produtos e no desperdício gerado diariamente pela sociedade e que impacta no meio ambiente.

Os participantes também apresentaram medidas possíveis para mitigar estas desigualdades e, com isso, potencializar que mais pessoas de origens sociais diversas tenham oportunidades de acesso.

Durante o fórum, por exemplo, o projeto Costurando Sonhos foi apresentado como case de sucesso neste quesito. A iniciativa foi desenvolvida pela Casa Prado, em parceria com a Associação Anjo Miguel, e ensina mulheres do bairro Jardim Glória II, em Várzea Grande (MT), técnicas de corte e costura.

A partir de tecidos que seriam descartados e virariam lixo têxtil, elas confeccionam bolsas, mochilas, carteiras, dentre outros objetos, que são comercializados nas lojas Casa Prado. Todo o valor obtido com as peças é revertido para o próprio projeto. Com isso, as costureiras têm pontos de venda garantido e aprendem também sobre autonomia financeira.

“É importante participar e apresentar em um evento como o Fórum Regional do Capitalismo Consciente nosso projeto Costurando Sonhos. O evento contou com formadores de opinião e empresários e é fundamental mostrar ações que temos feito. Esta é uma das nossas iniciativas dentre várias que levam em conta os lados social, ambiental e financeiro”, explica o CEO da Casa Prado, Geraldo José do Prado.

Conforme o cofundador e presidente do ICCB, Hugo Bethlem, durante sua apresentação, as reduções das desigualdades e também dos desperdícios passam pela mudança estrutural das empresas e negócios.

“Afinal, empresas são feitas de pessoas e estas podem mudar seus ecossistemas. É preciso que uma chave mude a forma que as empresas atuam. Ou os empresários começam estas mudanças por convicção, ou por compliance, já que muitas adequações empresariais são obrigatórias, ou ainda por vergonha, uma vez que não haverá para onde correr”, destacou no evento.

Para Geraldo José do Prado, a primeira opção ainda é a mais viável. “A melhor forma é entender o porquê mudar e, com isso, fazer de forma natural. Dentro da Casa Prado estamos há anos fazendo ações que impactam positivamente a vida das pessoas e mude, não apenas dentro da empresa, mas também fora. E nosso trabalho é contínuo. O varejo gira muito, existe muita rotatividade, então são políticas e ações que precisam ser ditas – e feitas – o tempo todo”, completa.

Além do Costurando Sonhos, a empresa ainda tem ações voltadas para institutos e organizações não-governamentais como a Associação de Amigos da Criança com Câncer (AACC-MT), o Projeto Lunaar, o Tampatinhas, “É o Bicho”. Além disso, a Casa Prado também tem ações como a de recolher borras de café utilizadas na loja e que servirão como adubo para hortas, e de pilhas e baterias para o descarte correto por meio do “Papa Pilhas”.