Enquanto muitas pessoas ganharam peso durante a pandemia, outras usaram a mudança na rotina para comer melhor e se exercitar mais. Contudo, dados da pesquisa online realizada pelo Instituto Ipsos, com participantes de 30 países, revelaram que 31% dos entrevistados engordaram desde o início da pandemia. No Brasil, o índice chega a 52% – o maior entre todos. Ainda segundo o estudo, o aumento de peso médio global foi de 6,1 kg, sendo que no Brasil a média foi superior: 6,5 kg.
Conforme explica a esteticista cosmetóloga Albenita Jalles, especialista em estética avançada, a diferença entre aqueles que perderam, ganharam ou mantiveram o peso na balança durante a pandemia tem como um dos fatores principais a mentalidade: a maneira como as pessoas abordaram um novo conjunto de circunstâncias e lidaram com a mudança.
“Um dos muitos desafios da Covid-19 foi a alteração abrupta nas programações do dia a dia. As pessoas começaram a trabalhar em casa, em muitos casos acompanhadas pelos filhos. Além disso, centros recreativos, academias e parques permaneceram parcial ou totalmente fechados, o que também restringiu as rotinas de exercícios. Para muitos, os níveis de estresse e ansiedade dispararam. Cozinhar, comer e beber se tornaram os principais meios de recompensa”.
CAUSAS DO GANHO DE PESO – Tal cenário é reforçado pela pesquisa do Instituto Ipsos, que apontou possíveis causas desse ganho de peso: 29% dos brasileiros disseram ter diminuído a frequência de exercícios físicos e 14% afirmaram estar consumindo mais bebidas alcoólicas. Neste viés, Albenita sinaliza que outros estudos evidenciam uma ligação entre altos níveis de estresse e comer demais.
“Quando o ambiente e a rotina mudam, você pode usar isso como uma oportunidade para dizer ‘vou beber em casa’ ou ‘eu mereço me tratar bem nesses tempos realmente difíceis’. Por isso, a mentalidade é tão importante. Afinal, ela reflete como você vê as coisas, como você posiciona a situação, seu senso de autocuidado e como você se trata. Inclusive, vale ponderar que o corpo sente o estresse e não perde calorias quando pensa que precisa de energia para fugir ou lutar”.
A esteticista cosmetóloga pondera que o emagrecimento consciente, assim como a própria manutenção do peso, tem (e/ou deve ter) como pilar a sintonia entre a saúde do corpo e da mente. “Não se trata de buscar o bem-estar momentâneo. Mas, sim, da busca pelo equilíbrio e ajuda de uma equipe profissional – de nutricionistas a psicólogos. A obesidade e a compulsão alimentar, por exemplo, têm causas multifatoriais. Logo, é preciso cuidar não só do físico como também do emocional. Entender quais são os seus gatilhos e traçar um plano de ação. Não é uma jornada fácil”.