Difundido por muitos anos como uma forma de detectar o câncer de mama, o autoexame deixou de ser uma técnica recomendada pelos especialistas. Isso porque a incidência de nódulos na mama é algo mais comum do que se imagina, sendo a maioria benignos, mas que podem gerar mais dúvidas do que esclarecimento.
É o que alerta o médico oncologista Rogério Leite, que atende no Hospital São Mateus, em Cuiabá. “Existe muita discussão a respeito do autoexame, existem estudos que demonstram que não melhora as chances de diagnóstico, inclusive aumenta a chance de biópsias negativas e desnecessárias”.
O especialista explica que o câncer de mama pode levar até oito anos para formar um nódulo de um centímetro, tamanho que seria possível de ser percebido pelo autoexame, contudo ao chegar nesse diâmetro, a doença já está em nível avançado, e as chances de cura já reduzidas.
“Muitas mulheres têm nódulos benignos na mama. Quando fazem o autoexame podem ocorrer duas situações, a primeira é que a mulher pode sentir que tem um nódulo, e com isso, se preocupa faz biópsia que pode ser desnecessária. A segunda é o oposto, mas muito comum que é não dar importância para o nódulo. Então é muito inadequado usar o autoexame como rastreamento”, enfatiza.
Rogério Leite aponta que o ideal para o rastreio do câncer de mama é a realização de exames como mamografia e ultrassonografia, que são recomendados de acordo com o perfil da paciente, e que podem ser realizados em até dois anos, caso não seja de grupo de risco.
Dentre os fatores de risco mais comuns estão idade – acima de 50 anos, alcoolismo, obesidade, quem passou a ter menstruação muito precoce ou menopausa tardia.