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NEGÓCIOS

“É fácil vender barato. Difícil é fazer a diferença e ter valor”, afirma CEO da Cia Sinfônica

No mercado de eventos há 30 anos, Eduardo Carvalho pondera que empresários precisam aprender a precificar e entregar mais ainda

Notícias / Publicado em 17.março.2023

A precificação de um produto ou serviço é uma das etapas mais desafiadoras para empresários e empreendedores brasileiros. De acordo com uma pesquisa realizada com 10 mil empresas pela startup Preço Certo, 89% das pessoas ouvidas não sentem confiança na formação de um preço final ao consumidor.

Outro ponto avaliado pelo levantamento é que ao precificar de forma errônea, geralmente abaixo do que o produto ou serviço vale, o reflexo será um desajuste financeiro. Ou seja, ao investir em matéria-prima, tempo e mão de obra, por exemplo, e não embutir estas etapas ao valor final, o empresário pode ter prejuízos e até encerrar seu negócio.

Conforme o Sebrae, aliás, cerca de 52% das empresas que fecham as portas tem como um dos motivos principais o erro na análise de indicadores financeiros e, claro, a precificação.

Para o empresário Eduardo Carvalho, há 30 anos no mercado de eventos, falta uma cultura de autovalorização e de conhecimento da área de atuação destas pessoas.

“Se você quer estar no mercado, precisa entender do mercado. Precisa saber quem são seus principais concorrentes, precisa entender de finanças e definir muito bem o que quer ser como empresário e, claro, onde quer estar”, afirmou.

Para ele, este (auto)conhecimento vale não apenas para aqueles que já têm parte dessas respostas, mas também para quem quer entrar em outras fases de seus negócios. “O empresário que já está estável e deseja, por exemplo, focar em outro público precisa entender que ao mudar seu foco, vai precisar mudar seu pensamento e, com isso, saber precificar”, completa.

Idealizador e CEO da Cia Sinfônica há três décadas, Carvalho avalia que na ânsia de crescerem e ganharem mais, muitos empreendedores acabam se “perdendo”. “Eu costumo dizer que é fácil vender barato. Difícil é fazer a diferença e ter valor. E em um mercado como o de eventos, se você não traçar estratégias, não entender de precificação e onde quer chegar, as chances de não chegar a lugar algum são altas. Como também costumo falar, para quem está perdido qualquer caminho serve”, avalia.

Mas nem tudo está perdido. Para “se encontrar”, Eduardo Carvalho afirma que auxílio especializado é essencial.

“No Brasil ainda é recente a cultura da mentoria, de os empresários contratarem alguém que fará uma análise profunda da realidade daquele empresário e falará abertamente, sem passar a ‘mão na cabeça’, o que está certo, o que está errado e qual o melhor caminho para seguir. Não digo que é fácil e até é cultural: nós não queremos pagar alguém para falar coisas duras de ouvir. Mas muitas vezes o que o empresário precisa não é ouvir o que quer e sim o que precisa”, pontuou.