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ACIDENTES DOMÉSTICOS

Queda é o maior fator de morte acidental entre idosos; saiba como evitá-las

Levantamento indica que entre 30% a 40% das pessoas acima de 60 anos caem pelo menos uma vez ao ano

Notícias / Publicado em 19.maio.2023

Uma pessoa acima dos 60 anos de idade vai cair, pelo menos, uma vez ao ano. Conforme a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), entre 30% a 40% dos idosos no país sofrem acidentes, geralmente domésticos, relacionados à queda. Ela, aliás, é a principal causa de morte acidental na faixa etária iniciada aos 60 anos.

Dentre os fatores mais comuns para levar esta faixa etária a cair mais podem ser citados as reduções da musculatura, dos reflexos e da visão, por exemplo. “A queda é um evento bastante comum e devastador em idosos, principalmente se estivermos falando de idosos com comorbidades, osteoporose e diabetes, por exemplo. Estas comorbidades podem favorecer a queda e, com isso, gerar fraturas que quando associadas à diabetes dificultam muito o tratamento”, explica o médico ortopedista Weslen Barros.

Ainda, conforme o especialista, a incidência de quedas de costuma aumentar “expressivamente a partir dos 75 anos de idade, sendo que as mulheres apresentam maior risco de cair que os homens. Essa diferença pode ser explicada pela maior fragilidade, prevalência de doenças crônicas, consumo de medicações e longevidade das mulheres em relação aos homens. Resumindo: as mulheres vivem mais e por isso estão mais sujeitas a queda”, completa Barros.

Outro ponto a ser considerado, conforme estudos e pesquisas, são medicações, que podem causar alterações físicas e trazer como efeitos colaterais tontura, vertigem e sonolência.

Mas, para além do que pode causar as quedas, é preciso planejar mudanças no ambiente de convívio destes idosos para elas se tornem menos comuns.

“Ambientes mal iluminados são verdadeiras armadilhas. O interruptor deve estar exatamente na entrada, para que não ande no escuro. No quarto, interruptor na parede da cama. Ambientes externos, como quando chegamos em casa, merecem um sensor de presença. A partir daí algumas modificações ajudam, por exemplo, cadeiras e poltronas com braços de apoio, pois facilitam o idoso se levantar. E assim como as poltronas e cadeiras, a cama deve ter uma altura que permita o idoso sentado encostar o pé no chão, pois isso ajuda ele se levantar sem grandes esforços. Utilização de sapatos corretos e com solado antiderrapante também fazem a diferença”, pontua o ortopedista.

Outro ponto importante é ter alternativas médicas para além dos Pronto-Atendimentos de hospitais que possam atender à domicílio. Em Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, atualmente existem serviços nessa área. “O Help Já, por exemplo, conta com atendimento de urgência e emergência 24 horas, além de Unidade móvel de Terapia Intensiva. Sem dúvida alguma, quando falamos em idosos, a queda é preocupante e opções que possam ir até estas pessoas, principalmente para quem tem comorbidades, são fundamentais”, explica Mara Nasrala, diretora executiva da Help Vida.

Por fim, o médico ortopedista Weslen Barros indica o uso da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da Saúde. “É um documento que lista 11 medidas de prevenção para queda em casa e pode ser essencial tanto para os próprios idosos como para seus familiares e/ou cuidadores. Vale a pena tê-la”.